Corrupção na Fifa: Como fica o futebol?

Gustavo Lopes Pires de Souza

 

 

 

Na última quarta-feira o mundo amanheceu assombrado com a prisão, por corrupção, de sete dirigentes do alto escalão da FIFA. A prisão se deu faltando dois dias para a eleição da entidade e foi criteriosamente arquitetada para deter os dirigentes que estariam reunidos e hospedados no mesmo hotel, em Zurique.

Dúvida sobre a idoneidade da FIFA não é algo recente. O jornalista escocês Andrew Jennings, em 2006, publicou o livro “Foul!: The Secret World of FIFA: Bribes, Vote Rigging and Ticket Scandals”, traduzido para o português como “Jogo Sujo, o mundo secreto da FIFA: Compra de votos e escândalo de ingressos”, onde descreve histórias de falcatruas, subornos, armações, compra de votos, de ingressos para os jogos da Copa do Mundo, de fraudes na escolha de países-sede dentre outros esquemas.

Os fatos que ocasionaram as prisões foram investigados pelo FBI (Polícia Federal dos EUA), já que eventuais subornos e pagamentos se deram em território norte-americano.

De certo, os detidos não contavam com a exímia capacidade investigativa da polícia dos EUA e, muito menos, com a celeridade processual, já que a ação penal foi proposta no dia 20 de maio, em Nova Iorque e as prisões se deram sete dias depois, na Suiça.

Os EUA estão começaram a tomar gosto pelo futebol e é praticamente unânime o entendimento de que em médio prazo passarão a figurar entre as maiores seleções do mundo.

Entretanto, não se esperava que a revolução imposta pela eficiência ianque iria para além das quatro linhas a ponto de estremecer a poderosa FIFA.

Em um primeiro instante, sem dúvidas, arranha-se a imagem do futebol e gera-se a incômoda sensação de que a corrupção possa ter interferido até em resultados.

Mas, se hoje o futebol “chora”, amanhã ele “sorrirá”, pois as medidas adotadas pela Justiça norte-americana auxiliarão estrondosamente a transparência e a lisura na administração do esporte mais popular do mundo.

Aqui no Brasil é importante aprendermos e viabilizarmos uma Justiça célere e efetiva, bem como uma imparcial investigação dos meandros das entidades administradoras do futebol, a fim de que, rapidamente, os nomes mais badalados do esporte bretão possam ser os craques e não os dirigentes nas atividades extracampo.

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